Nas artes visuais, especialmente na fotografia e no cinema, o difuso (o “flou”) na imagem é um efeito que revela, paradoxalmente, um controle preciso das imagens. Ele pode ser aplicado para acentuar certos detalhes ou imperfeições, mas, acima de tudo, acrescenta uma carga simbólica e misteriosa à imagem, enfatizando uma visão subjetiva e particular, que nos obriga a refletir filosoficamente e esteticamente.
Por sua evidente ambiguidade, esse efeito oferece uma visibilidade singular: o movimento e a fixação, a sombra e a luz entram em debate poético e estético. Essa inquietante visibilidade interroga uma legibilidade da imagem que é uma operação hermenêutica: o que o efeito difuso diz ao observador? É uma técnica, um método ou uma reflexão poética e estética que permite uma interpretação diferenciada da imagem? Quais são, então, as fronteiras do difuso? Em que nos obrigam a pensar as imagens – seja que sejam visuais, literárias ou psíquicas?
Este colóquio, o quarto da série RETINA.International, organizado na cidade de Brasília, refletirá sobre o problema estético das imagens fotográficas, cinematográficas e na pintura que apresentam o difuso em sua relação filosófica com seu significado textual, visual, digital, sempre apaixonadamente ambíguo.
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